O que são Exchange Traded Funds (ETF’s)?

Existe uma modalidade de investimento que vem crescendo muito nos últimos anos, trazendo mais transparência e alternativas para os investidores de fundos de investimento.

São os ETF’s, ou fundos de investimento os quais as cotas são negociadas em bolsa.

Para entendê-los, primeiro precisamos entender os conceitos de mercado primário e mercado secundário.

Os fundos negociados em mercado primário são aqueles nos quais, quando investimos, o dinheiro vai diretamente para o gestor do fundo (para que este siga seu Mandato de Investimento), o fundo emite uma nova cota e entrega para nós.

Já os fundos negociados no mercado secundário, que é o caso dos ETF’s, funcionam da seguinte forma:

  1. Fundo possui um Mandato de Investimento e busca recursos no mercado (ou algum grupo de investidores) para realizar este Mandato
  2. Fundo faz um IPO (ou Oferta Publica Inicial, assim como acontece com ações)
  3. O fundo recebe os recursos do IPO, investe de acordo com o Mandato de Investimento e os investidores recebem as cotas, as quais passam a ser negociadas em bolsa.
  4. Outros investidores que não compraram a cota no IPO podem agora operar as cotas na bolsa.

De forma simples:

  • Mercado Primário: Negociamos diretamente com o emissor do instrumento financeiro.
  • Mercado Secundário: Negociamos com outros investidores.

Mas qual é a vantagem de operar ETF’s ao invés de fundos negociados no primário?

A principal é menos custo. Normalmente, os ETF’s tem uma estratégia de investimento passiva (buscam replicar algum índice de mercado) com baixíssimo custo.

Por exemplo, se você quer replicar o desempenho do Ibovespa (principal índice acionário do mercado brasileiro), você pode comprar o BOVA11: terá um custo de 0,30% ao ano e reinvestimento automático dos dividendos (sem pagar corretagem nessa operação).

O mesmo é possível fazer com o S&P 500 (um dos principais índices acionários do mercado norte americano) utilizando o SPXI11.

Aqui no site da B3 temos uma lista com os principais ETF’s listados em bolsa http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/etf/renda-variavel/etfs-listados/

Os pontos de atenção ficam com relação a liquidez (dependendo do fundo, pode ter uma liquidez baixa) e o fato de que não existe a isenção de até R$ 20.000,00 por mês de imposto de renda para operações normais como existe no caso das ações.

Existem também algumas modalidades de ETF’s em renda fixa as quais são menos conhecidas e menos divulgadas também.

Alguns exemplos são o FIXA11 (http://bvmf.bmfbovespa.com.br/etf/FundosListadosDetalhe.aspx?Sigla=FIXA&tipoFundo=RendaFixa&aba=abaApresentacao&idioma=pt-br) o qual busca replicar a taxa prefixada de 3 anos do Brasil

E o IMAB11 (https://www.itau.com.br/investimentos-previdencia/fundos/etf-imab11/) o qual busca replicar o IMA-B – índice que representa a rentabilidade dos Tesouros IPCA’s

A grande vantagem no caso de renda fixa é que, se você tem um horizonte de investimento menor que 2 anos, você irá pagar somente 15% de imposto de renda ao invés da tabela regressiva.

Além disso, nos ETF’s não temos o come cotas (antecipação de impostos que incide nos fundos de emissão primaria).

De forma geral, ETF’s são uma boa alternativa, principalmente para portfolios pequenos, para replicar índices (atingindo boa diversificação) com baixo custo.

Para quem está começando (e para a maioria dos pequenos investidores), geralmente é uma boa alternativa começar (e ter uma parcela da carteira) em uma modalidade de investimentos passiva de baixíssimo custo e apenas desviar disso se o investidor realmente souber o que está fazendo.

É comum vermos por aí fundos com gestão ativa, mas que na verdade são passivos disfarçados (e que cobram por isso…)

Tradução: Por que eles não pegaram o dinheiro? Eles devem acreditar na Hipótese de Mercados Eficientes.

Para quem não lembra (um pouco de teoria financeira):

Gestão Ativa

  • Tenta rentabilizar mais que o benchmark (ex: Ibovespa)
  • Assume mercados ineficientes (acha que sabe mais que o mercado, preço atual não reflete todas informações disponíveis)
  • Mais custo (investe tempo estudando, visita empresas, investe em plataformas de investimento…)

Gestão Passiva

  • Rentabiliza o benchmark
  • Assume mercados eficientes (preço atual de mercado reflete todas informações disponíveis, logo não faz sentido gastar tempo e recursos para buscar oportunidades de rentabilizar mais)
  • Menos custo (replica o benchmark)

O mercado nem é totalmente eficiente nem totalmente ineficiente.

Mas acreditamos que, na média, o pequeno investidor (principalmente o iniciante), irá ganhar mais em uma estratégia passiva de baixo custo do que em uma estratégia ativa.

Isso não quer dizer que ele deve investir só em ETF’s!

Mas, talvez, ter uma parcela da carteira nesta modalidade seja algo interessante…

Tudo vai depender do seu perfil…  se você está disposto a gastar tempo (muito tempo!) analisando ativos individualmente, se você gosta de fazer isso (como nós), você pode começar a realizar seleção de ativos de forma individual.

Entretanto, tenha em mente que, na nossa experiência, a maioria dos pequenos investidores que tentam escolher seus ativos sem base teórica e prática (e normalmente apresentando viés comportamental de confiança excessiva e/ou otimismo excessivo) acabam perdendo dinheiro.

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